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O número de brasileiros que buscam intercâmbio vem crescendo consideravelmente com o arrefecimento da pandemia. Só em 2022, quase meio milhão de pessoas saíram do Brasil para estudar no exterior, salto de 18% em relação a 2019, ano anterior ao surgimento da Covid 19, de acordo com levantamento realizado pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio.

E a demanda continua neste ano, segundo as agências especializadas em viagens de estudo, como a CI Intercâmbio e a Student Travel Bureau (STB).  No ano passado, o estímulo foi a demanda reprimida dos anos anteriores e, neste ano, a grande influência também é reflexo da pandemia: aproveitar para aprender idiomas e ainda viver novas experiências em outros países.

“Voltamos definitivamente à normalidade e, agora, as pessoas repensaram a vida. Quem planejava comprar está optando por viver coisas novas”, explica a gerente de produtos CI Intercâmbio, Carol Krobath. Segundo ela, o sonho de estudar em outro país também está cada vez mais acessível, com muitas formas de pagamento, utilizando parcelamentos, cartão de crédito e até financiamento bancário.

O perfil dos estudantes também mudou: pessoas mais velhas estão se interessando por intercâmbio — hoje há opções de cursos para 30+, 40+ e até 50+. Apenas no primeiro semestre de 2023, a CI embarcou mais de 20 mil estudantes para diversos destinos do mundo.

O ponto central para quem quer estudar fora é o planejamento. Isso porque tanto para se fazer financiamento como todo o processo de viagem é preciso ao menos seis meses de preparação. Se o país escolhido exigir vistos, exames e outras comprovações, o tempo de espera pode ser ainda maior. Segundo os consultores Estados Unidos e Canadá são locais cujo tempo de preparo é sempre maior em relação a outras nações.

É necessário também comprar a passagens com antecedência para garantir bons preços. Quanto mais tempo o interessado se planejar, melhor será o resultado, na opinião do diretor de vendas da STB, Rui Pimenta. “Ele pode escolher entre o melhor curso, melhor escola e até o melhor custo-benefício. A variedade de opções é grande e, com mais tempo, a pessoa pode
avaliar a melhor e alinhar as expectativas”, explica.

Antigamente, as ofertas eram focadas só em cursos de inglês ou, no máximo, em uma high school para os mais jovens. Hoje já é possível escolher escolher entre inglês para negócios, técnicos, proficiência, graduação e pós-graduação em universidades estrangeiras. A duração também pode variar de quatro semanas até um ou dois anos. Em caso de cursos mais longos, alguns países permitem ao estudante trabalhar, o que ajuda a pagar os custos que ele terá para sobreviver em terra estrangeira por mais tempo.

Canadá, Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Irlanda são os destinos mais procurados. E não é só inglês que o brasileiro procura. O número de interessados em aprender espanhol e francês também vem ganhando fôlego, com viagens para Espanha, França e até Argentina e Chile.

Outros locais que vêm despontando nas escolhas dos estudantes é a Ilha de Malta e Dubai, onde o interessado pode estudar e aproveitar para viajar pela região.

Como não errar na escolha do intercâmbio?

  • Busque ajuda de consultores especializados. Eles poderão entender o seu interesse e indicarão as opções de escolas e países, traçando o melhor plano para que seu intercâmbio seja o mais eficiente possível;
  • Escolhido o local e determinado o período do curso, o interessado precisa ver os custos envolvidos, que incluem não só a escola, mas material didático, acomodação, gastos mensais com alimentação e locomoção;
  • No caso da moradia, pode-se escolher casas de família, moradias de estudantes ou até apartamentos independentes;
  • Com o curso estabelecido, negociado pagamentos e conseguindo a aprovação da escola, é possível pedir o visto, se necessário, e comprar as passagens;
  • Os consultores lembram que hoje já é possível parcelar tudo em boletos, cartão de crédito e há até financiamento bancário que divide os custos em até 24 vezes;
  • Em casos de visto de estudante, as passagens aéreas podem ter tarifa especial para este público e, dependendo da época do ano, como baixa temporada, pode sair mais baratas. Mas é bom lembrar que, para locais mais distantes, como Austrália e Nova Zelândia esse item é mais caro.
  • A questão da saúde está normalizada, sem exigências de atestados de Covid. Mas os especialistas indicam ao candidato fechar um seguro-saúde para qualquer problema que tenha em outro país;
  • Se você nunca viajou para fora, é possível contratar até o transfer na chegada aos destinos, evitando problemas de locomoção e entendimento da língua inicialmente;
  • Antes da viagem, os consultores também realizam reuniões prévias para mostrar tudo que pode acontecer na chegada ao novo país, indicar o que levar, inclusive, meios de pagamentos locais. Você pode optar por levar dinheiro, mas também é interessante ter um cartão de crédito internacional pré ou pós-pago.

Fonte: Infomoney -15 de Outubro de 2023